22 de fev. de 2011
Coração rubro-negro não para nunca!
Na última quata-feira, os guerreiros do Flabasquete foram recepcionados por, pasmem, 17 pagantes, no jogo contra o Araraquara. Pela importância, grandeza e força deste time, é frustrante um público tão baixo.
Se para alguns flamenguistas o deslocamento até a Barra da Tijuca é algo fora de cogitação – como na semana da Liga Sulamericana, quando o Rio de Janeiro presenciou ataques incendiários de traficantes a veículos e a ocupação da polícia no Complexo do Alemão -, para um torcedor em especial isso não é nada.
Bernardo Chapermann, torcedor ilustre do basquete rubro-negro, que acompanha o time há 13 anos, não vê impedimento algum em ir a todos os jogos. A paixão em seu peito fala mais alto. E por falar em coração, o protagonista desta trama foi alvo de uma das maiores superações pela qual um torcedor apaixonado pode passar.
Quando o Flamengo foi campeão nacional em 2008, sobre o maior rival Brasília, Bernardo descobriu uma grave complicação no coração. Um problema de dilatação o atacou. Viu-se obrigado, então, por ordens médicas, a abandonar seu time tão amado e a torcida organizada que segue – a Urubuzada.
O presidente da torcida, ao saber, o convidou para comemorar o título junto aos jogadores do elenco rubro-negro. Segundo Bernardo, essa foi a maior emoção da vida dele. Foi aí que ele percebeu que só morreria caso deixasse de acompanhar o Mais Querido e a sua torcida.
Com uma reeducação alimentar e idas à academia, em pouco tempo o coração de Bernardo voltou às condições normais e, daí em diante, ele não abandonou o time em um jogo sequer. Não deixou de vibrar, de torcer, de acompanhar os guerreiros do garrafão por onde eles passassem.
Esta história tem um caráter forte e papel de alertar alguns torcedores que, por acomodação, deixam de seguir o basquete. O problema da distância e transporte, infelizmente, existe. Mas e a paixão? Cadê a paixão que muita gente diz ter no peito? Cadê o orgulho rubro-negro em dizer que acompanha o Mengão diante de todas as circunstâncias?
A intenção, no entanto, não é cobrar, nem desrespeitar quem fica em casa. Até porque muita gente de fato não pode ir aos jogos. Ou porque não mora no Rio, ou porque trabalha, ou porque não pode gastar tanto dinheiro com locomoção e ingresso.
A questão é que esse time do FlaBasquete não merece ser recepcionado por públicos ínfimos quanto os últimos. O torcedor precisa fazer uma forcinha maior, dar as mãos, superar dificuldades e ir atrás de quem de fato veste o Manto com gosto.
Flamengo é enorme e tem torcida espetacular. Porém, ela tem de agir como tal. Pelo bem do Flamengo e pelo bem do basquete, um esforço maior e apoio cairiam como uma luva. O time precisa disso. Ele joga com alma quando tem a torcida ao seu lado.
Pergunte a qualquer jogador e ele responderá a diferença de uma Arena vazia e uma Arena com um público considerável cantando, secando o adversário e aplaudindo de pé cada artista do espetáculo.
Omissão não combina com o torcedor rubro-negro. Bernardo é apenas um exemplo de orgulho e paixão. E o FlaBasquete, definitivamente, precisa de mais Bernardos na arquibancada.
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Imagens: Site oficial do Flamengo e arquivo pessoal de Bernardo Chapermann
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"Eu queria ser um poeta para poder te explicar,
mas não consigo traduzir o sentimento de amor que a gente tem pelo Flamengo."
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ResponderExcluirO Bernardo é realmente querido.....
ResponderExcluirötima materia Carol.
Nesse dia da foto com o Hélio, eu estava na comemoração e gostei muito do que eu vi por lá, muito amor, amizade, alegria, respeito.... fui muito bem tratada. Nao esperava que fosse render tanta coisa após esse dia.
Fernanda Tirone
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirum grande exemplo mesmo
ResponderExcluirquem dera existissem mais torcedores assim,tão apaixonados pelo fla basquete,que merece tanto....
Lendo isso fico até com vergonha de mim mesmo, de sucumbir as adversidades e não ser tão participativo nos jogos do flamengo...
SRN
@godinhofelipe
nacaocrf1.blogspot.com
Fernanda:
ResponderExcluirO basquete rende muita coisa boa a quem está envolvido. É um esporte que proporciona amizades, bons momentos, ótimas lembranças. Eu queria ter começado a acompanhar há mais tempo, viu.
O Bernardo é um cara sensacional. Bom torcedor e ótima pessoa. Além de exemplo.
Felipe:
Ah, não é motivo pra sentir vergonha. Cada um tem seus motivos. Mas por que um dia você num vai? É super legal! Eu sinto até saudades quando fico muito tempo sem ir.
Linda a dedicação do Bernardo.
ResponderExcluirSua história de superação é inspiradora.
Aliás, citando Artur da Távora:
"Ser Flamengo é deixar a tristeza para depois da batalha e nela entrar por inteiro, alma de herói, cabeça de gênio militar e coração incendiado de guerreiro."
Esse trecho pra mim, explica bem a coragem do Bernardo, afinal, ele é FLAMENGO. E citando novamente o mesmo autor, ser flamengo: "É correr para; jamais correr de."
Parabéns ao Bernardo, pelo exemplo, e a Carol Viana, pelo belo texto.
Obrigado Carol pelo texto maravilhoso... não teria feito melhor... :) ficou perfeito!
ResponderExcluirFê, obrigado, mais uma vez, pelo carinho de sempre. Você e o Hélio são e sempre serão super especiais!
Felipe, como a Carol disse, não tem que sentir vergonha... cada um sabe o porque de não ir à Arena... mas eu sei que a maioria dos que não vão, se fosse pro futebol em Vargem Grande, fariam esforços sobre humanos. É a isso que a gente se refere. Obrigado pelas palavras! :)
E Diana, querida... rs Você é até suspeita pra falar de mim hehehe. Obrigado pelas palavras carinhosas. :)