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21 de mar. de 2011

A Retrospectiva de Patrícia Amorim

A primeira mulher a ser presidente do Flamengo. Ex-atleta do clube, Patrícia Amorim - que amanhã completa um ano e três meses no cargo -, certamente recebeu o maior de seus desafios como pessoa: representar uma Nação de apaixonados pelo Mais Querido do Brasil.

Em sua posse, Patrícia discursou a favor da busca por recursos financeiros e pelo crescimento do clube (que, segundo ela, estava estagnado). Iniciou seu mandato com um time hexacampeão, depois de 17 anos sem um título brasileiro, com a tarefa de mantê-lo assim, vencedor.

O ambiente, no entanto, já não era dos melhores. Os problemas disciplinares de Adriano e a relação rechaçada da diretoria com Andrade foram uma das primeiras dificuldades encontradas. O Flamengo perdia seu primeiro (e único) título disputado no ano, o Campeonato Carioca, para o Botafogo. Em contrapartida, a torcida clamava por um novo técnico. Rogério Lourenço, ex-jogador do Fla e então técnico da Seleção Brasileira sub-20, foi o escolhido para a difícil missão de comandar o time nas oitavas-de-final da Libertadores. O torcedor, porém, esperava por um nome de peso e experiência. Para piorar a situação, uma participação aquém da esperada e a eliminação nas quartas-de-final da competição surgiram para testar Patrícia no cargo. Era sua chance de provar autocontrole e táticas rápidas de comando.
Mas algo agravante e inimaginável acontecia: o goleiro Bruno, um dos heróis do Hexa e ídolo da torcida rubro-negra, era acusado de envolvimento no desaparecimento de Eliza Samúdio, com quem teve uma relação fugaz.
E então? Como Patrícia limparia a imagem do clube diante de um escândalo, um suspoto crime? Como agiria diante de resultados insatisfatórios no campo?
Apoiada na imagem de Zico, Patrícia Amorim vislumbrou a recuperação do time. Ele chegava com a missão de organizar a gestão do futebol. Mas o que se viu foram ataques covardes e sujos de Capitão Léo ao Galinho. O maior ídolo de toda a história do Flamengo era bombardeado por um sanguessuga, que só visa seu poderio dentro do clube. E, ao contrário do que se imaginava, a presidente pouco arriscou sua posição para sair em defesa de nosso Rei.
Ela, que começou sua gestão prezando pelo crescimento dos esportes olímpicos - que andava carente de respeito e investimentos -, passava por um início tenebroso e de apostas fracassadas no futebol. E sem Zico.

Com a demissão de três técnicos na temporada (Andrade, Rogério e Silas) , contratações fracas (como Deivid e Diogo) e o abandono precoce de Zico, mais uma vez apostava-se num salvador. Desta vez, Vanderlei Luxemburgo era o comandante escolhido para livrar o Flamengo do rebaixamento num pós-hexacampeonato. Por sorte do destino e brilho do Flamengo diante de complicações, os números contrariavam a regra e a salvação chegava. O gigante não caiu.
Com um 2010 pra ser esquecido, a missão de Patrícia Amorim em 2011 está sendo bem cumprida (por enquanto). O título dos meninos na Copinha, na Taça Guanabara, as novas modalidades surgindo (futebol de areia e feminino), a contratação de R10 e Thiago Neves e a invencibilidade neste início de temporada são pontos positivos que neutralizam as amarguras do ano que passou.
Num mandato de prós e contras, todos esperam da presidenta ações mais calculadas, pois experiências ruins não faltaram e as lições estão todas aí na mesa. E, como Flamengo é Flamengo (e vários sentidos podem ser atribuídos a essa frase ilustre), cautela e pés no chão são ingredientes necessários para um desempenho louvável. Porque todo mundo erra, persistir no erro é que parece ser burrice.
Pelo bem do Flamengo, boa sorte à Patrícia. E saudações rubro-negras!

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"Eu queria ser um poeta para poder te explicar,
mas não consigo traduzir o sentimento de amor que a gente tem pelo Flamengo."

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8 comentários:

  1. Perfeito, Carol!
    Bela retrospectiva! Muito bem escrito, desenvolvido e até levemente cornetado! Tenho uma opinião muito fria sobre ela..
    Jamais perdoarei o que ela deixou que fizessem com o Galinho, mas em 2011 estão fazendo tudo certo. Mas podemos até ganhar um mundial, cara.. Amo demais o Galo pra ver ele saindo daquele jeito. Espero que ela continue assim, como 2011.

    @RenatoCroce (Alexi Lalas)

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  2. Obrigada pelos elogios. Fico feliz em saber que as quase 3 horas escrevendo valeram a pena!

    Eu também não a perdôo pela omissão na saída do Zico, mesmo diante dos prós. Cabe a nós reconhecer o que ela vem fazendo bem, mas nunca esquecendo do passado. Nossa memória não pode ser curta e a cobrança tem que ser eterna!

    SRN

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  3. Maravilha, Carol!
    Ótimo texto... Análise bem feita. Você foi iluminada mesmo! rs

    Concordo com o Renato e você, não tem desculpa o que ela fez com o nosso Galinho. Uma falta de respeito!

    Bom... que ela continue com a gestão de 2011 que até agora está sendo muito boa.


    Parabéns, Carol. Belo texto!
    #SRN
    @liliicastro

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  4. Zico é REI. E o Flamengo e Flamengo. Agora temos que lutar para ter um estadio, chega de dizer que o Maracana e nossa casa, la e apenas um aluguel.

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  5. Ela se cercou de pessoas erradas mas tem luz própia e se além de títulos, deixar o CT pronto,vai diminuir a marca deixada por sua atitude nos casos Zico e Andrade.

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  6. Eu sempre achei que ela faria um bom papel de presidenta e até a defendi, mesmos nos tempos ruins e bota ruim nisso. Agora depois de uma "sessão de descarrego" tudo vai indo bem, logico que sempre terá uma pedra no caminho,mas pedra o Fla sempre soube tirar de letra e continuar o caminho rumo as conquistas.

    Parabéns, pelo texto Carol!

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  7. Belo texto, Carol. Estarei sempre por aqui. Sucesso.

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Uma vez Flamengo, sempre Flamengo.