Crueldade

6 de ago. de 2011

Crueldade

Primeiro tempo com muitos erros e total apatia, e uma segunda etapa na base do “se não vai na técnica, vai na raça”. E foi. Foi crueldade total, cruel pra torcida, crueldade demais! Cruel como o Jael, o herói da vitória. Se o jogo maltratava o coração do Flamenguista, que via uma partida sofrível, o gol arrebatou toda uma Nação em um misto de alívio e euforia, que só quem fecha com o certo sente, mas não explica. Gritei e comemorei mais do que nos dois últimos jogos, pois foi uma conquista Rubro-Negra das mais legítimas, com aquele gol aos 44 do segundo tempo.

A sensação durante o jogo era de que o placar não ia mudar, não havia uma continuidade das jogadas, não havia acertos de passes. Estava tudo travado. O Mengão deixava escapar em casa a chance de pegar a liderança do campeonato e embalar a 4ª vitória seguida, era decepcionante. Uma decepção do nível do futebol apresentado pela equipe, que pode sim ser justificado pelo péssimo estado do gramado do Engenhão e pelo cansaço natural causado pelas últimas partidas, foram jogos difíceis.

Todos erraram muito, principalmente na 1ª etapa, onde o homem que mais buscava jogo era o R10, praticamente sozinho. Coritiba jogava adiantado e com mais posse de bola, mas não finalizava muito porque a marcação do Mengo também era firme, com Willians e Muralha cumprindo bem suas funções defensivas. Chegamos apenas duas vezes com algum perigo, as duas com o Renato, em uma cabeçada logo no início e depois em uma cobrança de falta na sua melhor característica. Se o time não conseguia criar, também não se desesperava pra decidir de qualquer maneira, mas era pouco.

Luiz Felipe, o Muralha, não veio para o segundo tempo. O Pofexô trouxe à campo El Pollo Bottinelli. Expectativa de mais ofensividade por parte do Mengão, e foi o que se viu. O Fla tinha mais conjunto e um pouco mais de objetividade em relação à primeira etapa, mas não era legal de ver. O Coxa não mudou a forma de jogar, e ouso dizer que foram melhores que o Mengo, é minha opinião. Claro, tinham mais espaços, isso facilitava. Mas jogar melhor que o Flamengo não quer dizer que você é melhor que o Flamengo, não quer dizer que você tem um gênio com a camisa 10, não quer dizer que tem a maior torcida do mundo te apoiando, muito menos que o sobrenatural joga do teu lado.

Erros foram muitos, inclusive na saída de bola da defesa, com os zagueiros e os laterais também. Ninguém ali acertava. Mas pra compensar tudo isso, a mística Rubro-Negra entrou em campo e o iluminado Jael garantiu nossa felicidade. Por falar nisso, vão começar a discussão: Deivid ou Jael? Sou a favor da permanência do Deivid, não dá pra criticar um atacante que não recebeu sequer uma bola em condições de finalizar. Vale lembrar que ele vem jogando bem e foi decisivo contra o Cruzeiro. Destaco a atuação do Willians no 2º tempo, e o R10 pela assistência.

Foi uma vitória na base da raça, superando muitas adversidades em um jogo atípico, pra mostrar de vez que o Flamengo é o time a ser batido, e que a vitória está ao nosso lado, não importa como ela venha. É pra comemorar muito, porque a história continua sendo escrita. Desta vez o enredo foi cruel! E saboroso...

Saudações Rubro-Negras!

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Luã Milanês
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"Eu queria ser um poeta para poder te explicar,

mas não consigo traduzir o sentimento de amor que a gente tem pelo Flamengo."

Agustín Valido - Herói do Tri de 1944