23 de mai. de 2012
Centenário de Glórias - Zizinho
O nosso próximo herói da série Centenário de Glórias é o Thomaz Soares da Silva. Por este nome você não saberia falar quem é, provavelmente. Mas de Zizinho, o Mestre Ziza, independente de sua idade, você já deve ter ouvido falar. Melhor jogador brasileiro da época, Zizinho viveu seu auge na década de 40, quando era o comandante do esquadrão que conquistou o Tri Carioca de 1944 e titular da seleção brasileira. Foi o ídolo da infância de Pelé, inclusive há quem o considere melhor do que ele.
Começou a jogar em 1939, no Mengão, depois de ser dispensado do América por ser considerado franzino para ser um bom jogador. Teve uma pequena passagem pelo São Cristóvão, e foi chamado pelo técnico Flávio Costa para participar de um treino no recém-inaugurado estádio da Gávea. Quis o destino que o principal jogador do Mengão na época, Leônidas, se machucasse e saísse do treino. Flávio Costa chamou o menino Zizinho para substituir o maior jogador brasileiro. Zizinho não só não se intimidou, como em 13 minutos arrebentou com o treino, marcando 3 gols. Foi imediatamente aprovado pelo treinador e contratado pelo clube. Valido, titular absoluto do time, disse: "No ano que vem, vou ver se disputo a ponta-direita. Do jeito que esse garoto joga, não haverá lugar pra mim na meia-direita". E por anos não teve vaga pra ninguém.
Aos 19 anos já era titular do Mengão. Era raçudo, habilidosíssimo, preciso nos lançamentos, dribles e chutes de longa distância, chutava forte com a esquerda e a direita, era rápido na armação de jogo, previa as jogadas e tinha uma leitura de jogo sensacional. Por essas e outras, recebeu o apelido de Mestre Ziza. E como disse Nelson Rodrigues: "Bastava os alto-falantes do Maracanã anunciarem o nome de Zizinho para se saber quem seria o vencedor da partida".
Junto com Domingos da Guia e Leônidas da Silva, foi Campeão Carioca de 1939. Com a saída de Leônidas, assumiu o comando do time e logo em seguida conquistou o primeiro Tri Carioca do Mengo. Zizinho jogava tanto que era admirado por todos os jogadores da época. Em 1946, chegou a jogar duas partidas com a perna quebrada, sem saber da lesão, apenas superando as dores enormes com toda sua raça rubro-negra. Zizinho era marcado pela chegada forte no adversário, tendo inclusive quebrado a perna e acabado com a carreira do paulista Agostinho, num jogo entre Rio e SP em que ambos foram na bola, porém de forma acintosa. Depois de duas fraturas na mesma perna, Zizinho ainda conseguiu se recuperar (na época era raro) e voltou melhor, em 1947.
Deixou o Mengão em 1950, antes da Copa do Mundo, indo para o Bangu. O presidente do Fla, Dario de Melo Pinto, num papo descontraído com o presidente do Bangu, Guilherme da Silveira, seu amigo, disse que qualquer jogador do clube era negociável. Silveirinha, como era conhecido, perguntou quanto ele queria no Zizinho. E falando um preço inimaginável na época (uma fortuna em torno de 800 mil cruzeiros), pra sua surpresa ouviu de Silveirinha: "Então prepare os documentos. Eu pago!". Para não voltar atrás de sua palavra, o presidente aceitou a proposta e vendeu nosso maior craque na época. Zizinho, sem acreditar no que nosso presidente havia feito, assinou o contrato com o Bangu sem ler e disse que jamais jogaria novamente no Flamengo. Numa entrevista, desabafou: "Difícil dizer o que me magoou mais, se a perda da Copa de 50 ou a minha saída do Flamengo. Acho que foi a saída do Flamengo, a maneira como os homens que dirigiam o Flamengo fizeram a transação me machucou muito... Nunca aceitei". A incompetência administrativa no nosso Mengão também é centenária.
A frustração na Copa do Mundo de 1950 todos conhecem, mas mesmo com a derrota para o Uruguai na final, Zizinho teve um lado positivo para contar, pois foi considerado o melhor em campo. A mídia italiana chegou a chamá-lo de Leonardo Da Vinci, devido a sua classe. Ele, sem dúvida, assim como Leônidas e Domingos da Guia, foi um dos grandes responsáveis pela popularização do Mengo naquele período. O que já era enorme, ficou ainda maior graças à genialidade e o rubro-negrismo deles.
Em 11 anos vestindo o Manto Sagrado, Zizinho marcou 146 gols em 318 jogos, marca que lhe garante o 9° lugar entre os maiores artilheiros do clube. Atuou pela Seleção entre 1942-57, num total de 54 jogos e 31 gols. É titular em qualquer eleição para a Seleção Brasileira de todos os tempos. Jogou no Bangu até 1957, e de lá foi para o São Paulo, onde ficou por um ano. Com 39 anos foi para o Audax Italiano, do Chile, onde encerrou sua carreira, em 1962. Zizinho faleceu em Niterói-RJ, em 2002.
Zizinho é um dos Heróis do Mengão!
"Eu queria ser um poeta para poder te explicar,
mas não consigo traduzir o sentimento de amor que a gente tem pelo Flamengo."
Não o vimos jogar,porém para aqueles que viram, o Zizinho é uma unanimidade.Sejam rubro negros ou não, todos o acham um crack completo.
ResponderExcluirZizinho o crack que inspirou o Pelé...
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